Um Dia Típico - Creepypasta

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Creepypasta escrita e publicada por EZMisery, acompanhe o Mortalha Cult para ler mais histórias de terror e suspense como essa, clique aqui para acessar nosso canal, Mortalha Takes, onde também são narradas creepypastas em formato audiovisual (o canal está desatualizado, mas em breve voltará a ativa).

Segue abaixo um vídeo do Mortalha Takes, intitulado "Teoria das Cordas"...

E posteriormente a creepypasta "Um Dia Típico", embarquem nessa viagem.



UM DIA TÍPICO - CREEPYPASTA | por EZMisery


Sento. Digito. Clico. Converso fiado. Como. Cago. Digito. Clico.

Isso é tudo que eu faço o dia inteiro no trabalho. O tédio em geral pode se tornar realmente apavorante. Eu entro as seis da manhã. Pego um café na sala de descanso. Sento na minha escrivaninha. 

Está localizada em uma grande sala com dúzias de outras escrivaninhas. Fico olhando meu computador por oito horas. Nesse meio tempo, almoço na sala de descanso. Sou obrigado a entrar em conversas sem sentido com meus colegas de trabalho. Então as cinco horas da tarde eu desligo meu computador e saio. 

Um jeito terrível de passar o dia. 

Mas em casa é pior. 

Sento. TV. Como. Cago. TV. Durmo. 

Isso é tudo que faço em casa. A única coisa que muda é o canal da TV. 

Sento sempre no mesmo lugar do meu sofá nada aconchegante. Como sempre a mesma comida congelada. Durmo sempre na mesma cama velha. 

Se conseguir dormir pelo menos cinco horas, talvez eu consiga fazer algo produtivo pela manhã. Mas nunca consigo. 

Mas há uma luz no fim do túnel...

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Hoje está programada uma promoção para mim. 

Entro no trabalho as seis da manhã como sempre. Faço um pouco de café para mim. Sento na minha escrivaninha. Como sempre, sinto uma presença terrível atrás de mim. Isso é coisa do trabalho. 

Toda vez que estou sentado no meu computador, sinto uma escuridão logo atrás de meus ombros. Se me viro para tentar ver, nunca está lá. Mas sei que é real. Penso nele como um supervisor sem nome que observa tudo que faço. 

Ele flutua pelo ar, sugando a luz do meu cubículo. Se eu tentasse, acho que poderia tocá-lo. É como se fosse um nevoeiro, só que mais pesado. 

Todos do escritório tem um desses. Mas ninguém fala sobre. 

Chamo o meu de Fred. 

Fred flutua por trás de mim enquanto dou uma olhada no meu e-mail. Não há nada de importante. Sally foi demitida ontem. Mas eu senti o cheiro da sua carne queimando quando entrei, então não fiquei surpreso. Larry mandou um e-mail para todo mundo lembrando que é aniversário de Tabitha. 

É certo que logo mais vou encontrar um cartão na minha mesa para assinar. Vamos comer leitão ao invés de bolo. É a comida preferida de Tabitha. 

Abro um e-mail enviado pelo chefe. É apenas um vídeo longo de uma recém formada gritando enquanto ele a come por inteiro. Ele manda esse tipo de e-mail toda terça-feira. Recebemos diversos do tipo "acabei-de-sair-da-faculdade" querendo trabalhar aqui. Mas quando seu empregador é um ser de terror absoluto, você não pode esperar menos que alguns obstáculos na entrevista. 

Larry rola sua cadeira em minha direção:
 

"Ei! Você já assinou o cartão de Tabitha?"

"Não..." Larry é obcecado por aniversários. Creio que em todo escritório sempre tem alguém que ama festejar. Aqui essa pessoa é o Larry. Talvez seja porquê ele não comemora mais seus próprios aniversário? Não sei. Só sei que não aguento mais fingir que estou interessado em Tabitha estar fazendo 234 anos (pelo quinquagésimo ano seguido). 

As rodas de Larry estão próximas. Posso sentir o cheiro de fluído de isqueiro no bafo dele. "Bem, quando o cartão passar por você, assine e mande pra mim." Ele dá um sorriso de neon. 

Aceno com a cabeça e volto para meu computador. Se eu ignorar Larry por tempo suficiente, ele vai embora sozinho. Por outro lado, Fred ainda está flutuando macabramente. Suspiro e abro meu manual de trabalho. 

Eu sou um dos responsáveis que designam as horas da morte. É um processo demasiadamente lento, levando em conta quantos bebês  nascem por dia. Já estou no milésimo registro e não são nem sete horas ainda. Clico no primeiro da lista e lhe dou uma hora de morte. Estou me sentindo bem vilão hoje, então esse só terá mais seis horas de vida. Que pena para você, Zhou Li da China. 

 

 Por: David Alves Mendes | Mortalha Cult

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