Monólogo #2 | Divagações | Ceci n'est pas une pipe

 Isto não é um cachimbo 


Isso não é um texto, é uma mera divagação após uma noite em claro, prestes a amanhecer, como escrever por escrever, independente da intenção, deixar a mente fluir naturalmente, sem pressão para escrever ou nenhum padrão de escrita estabelecido, apenas dar vazão ao que se passam, ideias... mas por outras vezes, podemos encarar essa perspectiva como realidade, tudo possui um sentido, desde que o atribuímos sentido para algo, por mais que abstrato.
 
Mas em meio a essas divagações, vamos falar um pouco sobre a pintura acima, que ilustra esse texto, tal como o título do mesmo. 
 

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A célebre expressão Ceci n'est pas une pipe ("Isto não é um cachimbo") presente no trabalho "A traição das imagens" (1929) de René Magritte, exemplifica a noção de que a imagem que percebemos não é o próprio objeto, mas uma representação dele. 
 
O trabalho questiona a conexão entre a linguagem e o seu significado autêntico, bem como investiga como a percepção humana pode ser manipulada. A pintura representa um cachimbo, porém a legenda esclarece que não se trata de um cachimbo autêntico, mas sim de uma representação artística.

Magritte pondera sobre a inviabilidade de retratar fielmente a realidade. A obra traz à tona o paradoxo entre o que vemos e o que entendemos: a pintura é apenas uma imagem, e não o objeto em si. Ele contesta a perspectiva convencional de que a arte deve ser uma reprodução fiel da realidade, propondo que a arte seja percebida como uma representação, e não como a própria realidade.

Essa abordagem leva a uma reflexão sobre como as imagens influenciam nossa percepção do mundo e como as palavras e imagens podem ser utilizadas de maneira simbólica para questionar o real e o imaginário. Além disso, o pintor também nos convida a pensar sobre como as convenções, como o nome "cachimbo", são apenas representações e não correspondem diretamente à essência do objeto que designam. 
 

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Uma adaptação animada de LeRetour por David Alves Mendes 
  

 Divagações 
 
Será isso realmente um texto que escrevo agora? Logicamente que sim, mas ao mesmo tempo é um artigo, uma postagem... Será realmente um artigo em um site da internet em uma tela, ou só um monitor projetando a interface gráfica de um sistema operacional? Perspectivas... mais uma vez, ambos, como uma fotografia de família, ao qual atribuímos significados não pela fotografia (o papel) em si, mas o peso emocional e as lembranças que a mesma evoca em nós, ou seja, o sentido que damos para o objeto, além dele meramente.
 
Não nascemos aprendendo a falar ou ler, com o tempo vamos aprendendo as palavras e seus significados, como escritor nesse momento, por mais que eu escreva, a interpretação de um de meus leitores pode ser diferente da de outro, e assim adiante - moldamos nossa realidade da forma que a vemos.
 
Questionando demais, percebi que refletir demais sobre as coisas as vezes gera o "irreal", meras projeções de nossa mente sobre a realidade que não condizem com ela, então percebo que devemos encarar a realidade como ela é, levando em consideração sua essência e a finitude de cada momento, sem muitos enfeites - pessimismo ou otimismo, ambiguidades - apenas realidade.
 
 Realidades singulares em um mundo real. Isto não é um texto, talvez seja, mas tem a intenção de retratar esse real, fugindo um pouco da rotina de algo preestabelecido, minha realidade, perspectiva, meus pensamentos, meu mundo, cada um sendo único, mas ao mesmo tempo um em meio a muitos.  
 
 
Obs: Para trazer mais algumas divagações provindas de noites em claro, trago uma videopoesia de meu último livro "Mil e Uma Léguas Distante de Mim Mesmo", que carrega o título noites em claro, para conferir o audiovisual completo basta clicar aqui, o livro está disponível no site da Catarse Poética.
 
 

 

 Por: David Alves Mendes | Mortalha Cult

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