Versos ao Vento #2 | Mentes cheias, camas vazias
Essa sombra pode ser a brecha para nossa mente voltar-se contra nós mesmos, ou a porta de entrada para o autoconhecimento, se enxergando defronte ao espelho da consciência na totalidade do ser, além do ego, e até mesmo da moral - sem ser hipócritas - enxergando as partes que preferimos camuflar, um resquício de avareza aqui, um acúmulo de ira acolá, enfim, o que é desagradável aos olhos dos outros e aos nossos próprios olhos, nossas imperfeições são o meio de nos aperfeiçoar, se conhecendo e aprendendo a como lidar com nossa sombra, de modo a controlar, se não, o que resta é ser controlado pela própria escuridão.
Demônios esse que vagam por um vilarejo, mais especificamente sete com os seus serviçais, apenas buscando brechas de incautos despreocupados para incitar formas em pensamentos,gerando assim ações e reações em cadeia, como um ciclo vicioso, essa forma de caos é perniciosa, contagiosa e destrutiva, esses "demônios" apenas intensificam o que já está lá, varrido para debaixo do tapete, mas continua lá, por mais que o nosso campo visual não alcance, nossa consciência sabe que a poeira ainda está ali, falando de uma forma perjorativa, pois a sombra não é de todo negativa no sentido ao qual estamos acostumados atribuir.
Dado o tempo que se passa perante os ponteiros que não apontam um ritmo certo, sempre relativo, passa-se a noite porquanto seres vagam pela escuridão, como se fosse a luz do dia, espectros, ondas que a capacidade visual humana não é capaz de alcançar, porém, no campo das sensações é possível perceber algo diferente.
Separando o que é seu e do outro, o que é do ambiente, e o que é seu. Isso é possível somente através do autoconhecimento, encarando sua própria escuridão, não como um confronto, complementaridade, entender esses aspectos sombrios em si e se lapidar, constantemente, para uma forma melhor de si mesmo, afinal, não somos seres cristalizados e emoldurados, estamos mais para uma pintura em desenvolvimento constante, pintura cujo artista somos nós mesmos.
Por: David Alves Mendes
Comentários
Postar um comentário